sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Zen, Alan Watts e Sérgio Godinho

"O nosso problema está em que o poder do pensamento nos dá a capacidade de construir símbolos de coisas, estranhos às próprias coisas, incluindo a de criar um símbolo, uma ideia de nós próprios, estranha a nós próprios. Porque a ideia é muito mais apreensível do que a realidade, e o símbolo muito mais estável que o facto, aprendemos a identificar-nos com a ideia que fizemos de nós próprios. (...)

Daí a intuição subjectiva de um "ego" que "tem" uma mente, de um sujeito interiormente isolado a quem sucedem experiências não desejadas. Com a característica enfâse que pôe no concreto, o Zen indica que o nosso precioso "ego" é apenas uma ideia, bastante útil e legítima se for tomada pelo que é, mas desastrosa se identificada com a nossa verdadeira natureza. Dir-se-ia, pois, que o libertar-se da distinção subjectiva entre "eu" e "minha experiência", é descobrir a verdadeira relação entre mim e o mundo "exterior" (...)

Alan Watts em "O Budismo Zen"

"Pode alguém ser quem não é,
Pode alguém ser quem não é
Pode alguém ser quem não é?"

Ségio Godinho

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