sábado, 28 de junho de 2008

Rosto e Paisagem: John Stezaker e Hermann Broch


John Stezaker: Pairs series «VIII» 2007

"Fechou um pouco os olhos e olhou através da fenda das pálpebras a paisagem do rosto escancarado. E eis que ele se confundia com o rosto da própria paisagem, a orla dos cabelos continuando-se pela ramaria amarelada da floresta (...). Fenómeno tranquilizador e apavorante ao mesmo tempo, quando o olhar anulava assim o divórcio dos objectos, fundia o distinto numa matéria bizarramente homogénea, onde as espécies eram indiscerníveis, sentíamo-nos como que alerta, impressionados por uma recordação, reenviados a determinada coisa, que, fora de toda a convenção, residia no mais recôndito da infância e esse problema sem resposta parecia-se fosso com o que fosse que se ergue da memória como uma advertência. (...)


John Stezaker: Pairs series «III» 2007

E no fluxo das formas, fluxo tão suave como o escoamento da água e do nevoeiro de um pluvioso crepúsculo de Primavera, afigurou-se-lhe que o desmoronar-se tão temido do rosto humano num nada de bossas e depressões devia ser o primeiro estádio a caminho de uma nova e mais luminosa unidade na consonância de uma brumosa beatitude, não já cópia do rosto terreno, mas promessa da similitude divina, gota de cristal que cai, cantando, da nuvem.
E se aquele sublime rosto se despojava de toda a beleza e de toda a familiaridade terrena e parecia, talvez, de princípio, estranho e medonho, mais medonho ainda do que o apagamento do rosto na paisagem, isso só queria dizer que haviam dado o primeiro passo; nada mais era, sem dúvida, que um pressentimento anunciador do pavor divino, mas também a certeza da vida divina em que o terreno se transforma (...).

Hermann Broch em "
Os Sonâmbulos" (1ª Parte: 1888 Pasenow ou o Romantismo)

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Pornografia Gay, Trabalho e Alienação

Outro dia vi um documentário sobre o mundo da pornografia feito por um jornalista do Daily Show, não me lembro agora do nome dele. A determinada altura entrevista um actor que fazia todo o tipo de cenas, sexo com mulheres, homens, anal, oral, tudo e mais alguma coisa. Então perguntam-lhe se ele é Gay ao que ele responde firmemente que não! Insistindo, perguntam-lhe se não acha que o facto de fazer sexo com outros homens faz dele gay, ao que ele insiste dizendo que não: "Ah isto é só meu trabalho, na verdade eu não sou gay!"

Isto é o exemplo clássico e perfeito para demonstrar o carácter de alienação do trabalho no mundo moderno. O trabalho, o que a pessoa faz, é visto como algo de separado do sujeito. As pessoas não são engenheiros, pedreiros ou jornalistas. As pessoas têm empregos de engenheiros, pedreiros, jornalistas. Através da divisão entre vida pessoal e familiar, opera-se esta cisão, fazendo com que não haja plena identificação com aquilo que se faz.

Zizek lembra e bem, que na época medieval, quando a sociedade estava dividida por ordens sociais rígidas, nobreza, clero, povo, etc, se perguntássemos a um cavaleiro qual era a sua profissão, essa pergunta pareceria extremamente estúpida. Ele não responderia que tinha a profissão de cavaleiro mas sim "Eu sou um cavaleiro", todo orgulhoso e inchado, com a mão no peito.

Hoje em dia, os Sócrates deste mundo elogiam a "flexisegurança", que consiste em mudar de emprego como quem muda de cuecas, que é consistente com a ideia consumista de mudar sempre de televisão, de carro (ou de mulher), sempre que se encontra uma versão melhor. É neste sentido que Baudelaire inventou o termo "moderno" como a idade da "moda".

"Isto é só o meu trabalho" é a desculpa que as pessoas dão quando não querem admitir para si mesmas aquilo que realmente fazem. O trágico é haver imensos trabalhos imorais (convencer pessoas a comprar coisas que não precisam ou fazer sexo em frente da câmara para vender) que as pessoas fazem para ganhar dinheiro e tentam defender-se dessa imoralidade, operando uma cisão entre aquilo que fazem e aquilo que são.

Minha sugestão é implantar aqui um either/or kierkegaardiano: ou assumir o que se faz, (eu sou pior que todos os gays, sou gay apenas para ganhar dinheiro) ou então rejeitar fazê-lo como um Bartleby, com um "I would prefer not to!"

quinta-feira, 26 de junho de 2008

engenharia dos valores

deixei
os meus ideais
caírem ao chão.

partiram-se,
estão todos estragados.

levei os meus ideais
para ver se tinham arranjo e

O marxismo, por exemplo,
precisa de dois parafusos
e de uma hermenêutica nova

Mais,
o meu humanismo partiu-se em dois
e hoje em dia, esta peça
já não se fabrica

Ver-me-ei obrigado a produzir
novos ideais com as peças velhas,
a usar a lógica para juntar tudo

Ao contrário dos frigoríficos
Os ideiais não vêem com garantia,

é preciso continuar
a pôr os ideais à prova.
pois estes não servem para nada
se ficarem em casa.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Zizek, anedotas racistas, ou como fazer guerra segundo Deleuze e Guattari

Vi no Youtube um vídeo novo de uma palestra de Slavoj Zizek, "Politics between Fear and Terror". Começa por falar de cinema, a demonstrar filme por filme que Spielberg tem uma obsessão com a figura paterna e explica porque é que Mulder e Scully preferem andar à procura de extra-terrestres em vez de fazerem sexo. Depois, com Hegel e Marx pelo meio, fala-nos também de violência e racismo, de filmes catástrofe ultra-realistas e pretensamente anti-hollywood sobre o 11 de setembro.

Zizek refere também que o Exército de Israel usa como manual de treino o livro Mil Platôs de Gilles Deleuze e Félix Guattari para suas manobras e estratégias militares. Fala também de Borat e conta também imensas anedotas racistas sobre croatas, montenegrinos, etc., e explica porque é que as anedotas racistas são muito importantes na convivência e solidariedade entre os povos. Vejam vocês mesmos.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

The Organ - Grab That Gun

Tenho andado a ouvir este álbum de 2004 dos The Organ: Grab That Gun. É um rock com inspiração nos anos 80, instrumentalmente parecido com Echo & The Bunnymen e The Sound. Quanto á voz, eu diria que é uma Brian Molko a cantar como o Morrisey. Quem quiser que saque o álbum aqui do Album Base e vejam ainda aqui o vídeo da música Steven Smith para terem uma ideia.


A "Raça portuguesa", Futebol, Ter e Ser




Estranhos Dias. Com o país bloqueado por camiões, Portugal ganhou aos turcos e aos checos com golos de dois portugueses que falam com sotaque brasileiro. Entretanto o presidente elogia a raça portuguesa.

Muito se tem falado e discutido sobre a questão dos jogadores brasileiros a jogar por Portugal. Há quem diga que só deviam jogar jogadores 100% portugueses porque não precisamos de brasileiros, etc. Para já nunca entendi essa do 100% português, como se a nacionalidade fosse como a quantidade de laranja de um sumo natural.

Mas pensemos realmente, o que é ser português? O que é uma nacionalidade? Muitas outras selecções jogam também com "estrangeiros".

Se quisermos, a nacionalidade é, quanto mais não seja, uma questão jurídica. Pela lei, todos estes jogadores são tão nacionais como os outros. Na verdade o Deco ou o Pepe são tão portugueses como um pedreiro, engenheiro ou advogado que veio do Brasil para Portugal, e que passados uns anos obteve a nacionalidade portuguesa. Na verdade não existe qualquer diferença. Quem é contra isto tem que também ser contra a lei da nacionalidade.

Quem defende que as selecções deviam ser "purificadas" deve ter em atenção que existem de facto muitos brasileiros, angolanos, chineses e ucranianos a viver em Portugal. O mesmo acontece com outros países europeus como a Alemanha, Inglaterra, França etc. Não existem só estrangeiros no futebol.

O Futebol não vive separado da vida. Quem diz que o futebol é uma ilusão de massas que nos distraem do "Portugal Real", está equivocado. Isto porque o futebol, na medida em que está inserido na sociedade, é possível também nele vermos os problemas dessa mesma sociedade. A selecção portuguesa tem os seus melhores jogadores a actuar em clubes de topo em Inglaterra e Espanha. Porque não estão estes jogadores a actuar em Portugal? Trata-se de razões económicas.

As centenas de brasileiros que vêm todos os anos para a Europa tentar a sua sorte no mundo da bola, fazem-no por razões económicas. Os que chegam a ganhar muito, são muito poucos. Por parte dos clubes, ir buscar esses jogadores é do mesmo tipo de estratégia das multinacionais que constantemente procuram mão-de-obra mais barata. Do que se trata aqui é de luta de classes.

Quanto à indignação em relação ao facto de haver jogadores "estangeiros" nas selecções eu proponho uma indignação diferente. A indignação é a de que estes jogadores não tiveram oportunidade de jogar e viver do futebol no seu país de origem. Estes jogadores vêm para a Europa onde há capital e melhores condições e meios para ser melhor jogador e ganhar mais dinheiro para a sua família, é por isto que eles vêem para cá.

Perante isto, só nos resta como país decente, receber o melhor possível estes estrangeiros, dar-lhes as condições para darem o melhor que têm para dar ao nosso país.

A globalização tem um efeito inevitável nas nossas vidas e o futebol não é excepção. Quem quiser ser contra os estrangeiros a jogar na selecção deve ser coerente e alinhar junto no protesto contra a globalização.

Quem é adepto do bom futebol deve também defender os valores da solidariedade, da união entre os jogadores das respectivas equipas. O individualismo e a rivalidade dentro delas já se sabe que não augura nada de bom. O que é válido para o futebol também é válido para a vida.

Tenho andado a ler a obra "Ter e Ser" de Erich Fromm (que jogou na minha equipa de futebol filosófico a médio direito da equipa da psicanálise marxista).
Fromm junta de forma coerente os ensinamentos de Buda, Jesus e Marx para estabelecer um programa de mudança social, baseado na distinção entre ter e ser.

A noção de posse é extremamente problemática. É um conceito não só psicológico mas também económico, sendo igualmente importante nas duas acepções.

Assim, levando a noção de propriedade privada muito longe como se tem levado, levantam-se actualmente questões legais altamente problemáticas hoje em dia como a questão dos direitos de autor, das patentes e da propriedade intelectual.

Na vida é muito grande a diferença entre ter e ser. O capitalismo glorifica o modo ter, mas é sem dúvida melhor "ser". Isto pode parecer ao princípio um pouco abstracto e vago mas, quanto a isto, podemos pegar no exemplo do futebol que, mais uma vez, é um bom exemplo do que acontece na vida. Ter uma boa equipa, de facto, não vale nada contra Ser uma boa equipa.

Quem tem uma boa equipa, na verdade não tem nada, pois pode sempre perder esse estatuto no próximo jogo, se o perder. Quando uma equipa É uma boa equipa, só o pode ser jogando. Assim, ser, é um conceito que vive muito mais daquilo que acontece no imediato do que daquilo que já aconteceu ou pode vir a acontecer. A posse define-se mais como algo "que se pode perder".

Não é por acaso que ter a posse da bola não importa muito se não se conseguir fazer nada com ela. E também não é por acaso que se ouve de jogadores e treinadores falar sempre que é melhor pensar "jogo a jogo".

Há quem diga que a política não se devia se intrometer no futebol. O que eu defendo é o contrário: o futebol devia contagiar a política. As combinações entre Deco, Ronaldo, Nuno Gomes e Pepe fazem mais pela união dos povos do que o acordo ortográfico.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Every day I have the Blues, BB King e Rui Veloso,

Encontrei no Youtube este momento especial referente a 1990, no Casino Estoril, que juntou no palco o nosso ruizinho e BB King. O Rui Veloso bem se esforçou por estar à altura.


Entretanto, ando a ouvir este albúm de clássicos do BB King. O meu comentário é: Ihaaaaa uouuuuuuuu yeaaah. Eeeeeveriday I got da bluues.
Experimentem, façam download no Album Base. Yeah Baby.

Giorgio Agamben - Bartleby, Escrita da Potência

Li recentemente esta edição da Assírio e Alvim, Bartleby - Escrita da Potência, que contém um ensaio de Giorgio Agamben: "Bartleby, ou Da Contigência", seguido do próprio conto original Bartleby, da autoria de Herman Mellville.

Giorgio Agamben é um filósofo encantador que gosta sempre de tratar as suas ideias com referência a filósofos medievais e gregos, fazendo ligações inesperadas com o mundo de hoje.

Bartleby é um conto de contornos Kafkianos da autoria de Melville, editado pela primeira vez em 1853, e trata de um misterioso escriba de seu nome Bartleby. Trata-se de uma curiosa personagem que vem trabalhar para um escritório na feitura de cópias e que se recusa quer a verificar as cópias que faz, quer a fazer todo e qualquer serviço de escritório que não seja a cópia, repetindo a sua fórmula "I would prefer not to" com uma calma e frieza que deixa seu patrão exasperado. Posteriormente, o patrão descobre que Bartleby vive literalmente no escritório. Entretanto, Bartleby deixa de escrever, levando consigo o seu "I would prefer not to" até ao fim.

Giorgio Agamben começa por situar Bartleby numa constelação filosófica, começando com a comparação de Aristóteles de "noûs", o intelecto ou pensamento em potência, com uma tabuínha de escrever sobre o qual nada ainda está escrito.

Esta imagem da página em branco foi mais tarde usada por Locke, para definir a mente como sendo à partida, essa página em branco. Agamben refere que esta imagem tinha em si a possibilidade de um equívoco, o que terá contribuído para o seu sucesso: "A mente é, então, não uma coisa, mas um ser de pura potência e a imagem da tabuinha de escrever, sobre a qual nada ainda está escrito, serve precisamente para representar o modo de ser uma pura potência. Toda a potência de ser ou de fazer qualquer coisa é, de facto, para Aristóteles, sempre também potência de não ser ou de não fazer".

Refere ainda o fascínio de Deleuze pela fórmula de Bartleby "I prefer not to" que é definida como agramatical, daí o seu poder devastante: "a fórmula desune as palavras e as coisas, as palavras e as acções, mas também os actos linguísticos e as palavras: ela corta a linguagem de qualquer referência a si ou a outro" (Deleuze)

Agamben segue esta ideia de Deleuze, dizendo que esta fórmula "abre uma zona de indiscernibilidade entre o sim e o não, o preferível e o não preferido. Mas também, na perspectiva que aqui nos interessa, entre a potência de ser (ou de fazer) a potência de não ser (ou de não fazer)." (Agamben)

Agambem também se desdobra em considerações sobre a escrita como acto de criação, faz uma análise pormenorizada sobre os complexos fenómenos de causalidade envolvidos no acto da escrita, e do seu carácter de contigência, usando as mais diversas fontes como o Islão por exemplo. Agamben refere-se a Bartleby como experiência de verdade que é levada a cabo no sentido de levar a fundo a noção de potência no acto da escrita. Nesta "experiência de verdade" "quem se aventura, arrisca de facto, não tanto a verdade dos próprios enunciados quanto o próprio modo do seu existir e realiza, no âmbito da sua história subjectiva, uma mutação antropológica a seu modo tão decisiva quanto foi, para o primata, a libertação da mão na posição erecta, ou, para o réptil, a transformação dos membros anteriores que o mutou em pássaro". Giro.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Brunhoso

Adicionei um novo link para a página da aldeia de Brunhoso, terra natal do "clã" Magalhães. É uma das melhores páginas de aldeia de Portugal, actualizada, com muita informação e imagens sobre a vida e história da aldeia. Está lá a homenagem que fiz no post anterior à ordenação do meu primo José Magalhães Cordeiro (agora já não lhe podemos chamar Zézinho, parece mal).

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Pequena Homenagem a um Diácono

No último Sábado estive em Lisboa a assistir à ordenação do meu primo José Magalhães Cordeiro que agora é diácono da Igreja. Faço-te aqui uma pequena homenagem.

A carreira de padre é uma escolha corajosa e difícil nos tempos de hoje, e tu és uma pessoa especial, inteligente, sempre muito bem disposto, com um grande sentido de humor, que sempre teve uma ligação especial com crianças e jovens. Vais ser um excelente padre.

Todos temos que fazer escolhas. E escolher implica sacrifícios. E é pelas escolhas que faz que um homem se constrói e progride. Como tal, admiro o compromisso para toda a vida que tu fazes por aquilo em que acreditas como um gesto de uma fundura e profundidade tal que é raro hoje em dia.

O filósofo que mais influenciou minha vida, Soren Kierkegaard, era um padre protestante que no seu livro Fear and Trembling diz-nos:

No! No one shall be forgotten who was great in this world; but everyone was great in his own way, and everyone in proportion to the greatness of what he loved. For he who loved himself became great in himself, and he who loved others became great trough his devotion, but he who loved God became greater than all. (...)
one became great through expecting the possible, another by expecting the eternal; but he who expected the impossible became the greater than all.

(Tradução minha: Não! Ninguém será esquecido dos que foram grandes neste mundo; mas todos foram grandes à sua maneira e todos na proporção da grandeza daquilo que amaram. Pois aquele que se amou a si mesmo tornou-se grande em si mesmo, e aquele que amou outros tornou-se grande pela sua devoção, mas aquele que amou Deus foi o maior de todos. (...) Um tornou-se grande por esperar o possível, outro por esperar o eterno, mas aquele que esperou o impossível tornou-se o maior de todos.)

És um rapaz novo, bem parecido, e a tua escolha trará desgosto a muitas mulheres, é certo. Há até quem diga que a carreira de padre é uma castração. É verdade. Mas também, segundo Freud, somos todos castrados, não só os padres. Todos temos de aprender a reprimir pulsões e instintos sexuais de uma ou de outra maneira, a isso se chama muitas vezes "educação".

Queria por fim, Zé, deixar-te as palavras de um outro homem, Lanza del Vasto, católico fervoroso que viajou a pé de Itália até à Índia, que fala assim sobre a castidade:

"A castidade é a prova dos fortes. Apenas eles a defrontam vitoriosamente. Por um santo que ela conduz ao êxtase, quantos fracos vota ela ao ressequimento, à agrura, ao desespero, à angústia, à obsessão. Que a castidade não seja constrangimento mas libertação.
Que ela não seja uma repugnância contranatura, irrazoável ou desrazoável quase tanto como a inversão ou a desvergonha. Mostra-te livre, quer dizer desprendido, e não cativo da abstenção, crispado na recusa ou guindado na afectação. (...) A castidade vale o amor em nome do qual ela é mantida "

Boa sorte e um abraço do teu primo!