domingo, 20 de abril de 2008

Teste de personalidade do super-herói, história ideologia e política na BD

Fiz um teste para saber que super-herói da Marvel é que eu sou. Aquando da minha infância e adolescência, eu era um leitor e coleccionador fervoroso de banda desenhada da Marvel. Fiquei surpreendido pelos resultados: o teste disse-me que sou Jamie Madrox, o homem múltiplo.
Madrox tem a capacidade de se multiplicar a si mesmo indefinidamente, em imensos clones. Andava sempre com uma ou duas sósias que aproveitava para ter diálogos. Eu gostava muito dele, pois era um é personagem cómico e a ideia de ter muitos eus parece-me uma coisa apelativa de um ponto de vista mais esquizóide.

Em segundo lugar ficou o Doutor Estranho, um mago da califórnia esotérico, com uma fatiota de astrólogo, que fazia variados feitiços.

Em terceiro lugar, ficou o Surfista Prateado, um personagem silencioso, todo prateado, com uma prancha de Surf, que aparecia raramente nas histórias, surfando pelas galáxias fora com divagações filosóficas.

O Homem múltiplo é um dos mutantes do universo da Marvel. Contextualizando, primeiro havia o professor Xavier e os seu X-Men, criação dos anos 60, e depois aparecerem mais mutantes e mais grupos de mutantes. Jamie Madrox é de uma terceira geração de mutantes.

Uma coisa que sempre me interessou foi os paralelismos entre a história americana e a história da banda desenhada americana, quer da Marvel quer da DC Comics.

Por exemplo: a história do movimentos civis americanos em volta da questão racial. Os americanos tinham muitos negros que eram discriminados. Eram humanos, mas eram vistos (e ainda são) como sendo de outra raça. Na altura surgiram duas correntes: a de Martin Luther King, visão mais humanista e universalista, que defendia que brancos e negros deviam viver em igualdade e cooperação mútua, e a de Malcolm X, que defendia que os negros eram de uma raça superior e que se devia emancipar superiorizando-se aos brancos.

Agora a história dos mutantes da Marvel: Começaram a aparecer casos de pessoas que eram diferentes por terem super-poderes, devido a determinações genéticas. A opinião pública descrimina activamente estes chamados "mutantes". Aparece o professor Xavier, telepata, a dizer numa perspectiva humanista e universalista, que humanos e mutantes devem unir esforços pelo bem comum. Para o efeito, Xavier cria uma escola para treinar mutantes e seus super-poderes num grupo (X-Men) que ajude as pessoas para dar uma imagem positiva dos mutantes à sociedade. Já Magneto, que tinha poderes magnéticos, o arqui-inimigo do professor Xavier, argumenta que os mutantes eram de uma raça superior e que se devia emancipar superiorizando-se aos humanos comuns, cria assim a irmandade dos mutantes.

Mas há muitos mais paralelismos: a guerra fria, as grandes questões sociais, a droga, a tecnologia, todas as questões do mundo durante o séc.XX, estão lá representada. Mais, o próprio paradigma dos super-heróis vai se modificando. Se nos primórdios dos anos 20, os super-herois eram lineares, idealistas, com uma clara oposição entre os maus e os bons, este paradigma foi mudando para o do anti-herói ou outras versões, acompanhando mudanças sociológicas. A análise ideológica e histórica da banda desenhada é interessantíssima e não se esgota aqui num post.

Vejam na Wikipedia o artigo sobre o universo Marvel que desenvolve um pouco estas questões sociais na banda desenhada.

Um comentário:

Anônimo disse...

sinceramente não intendi nada e eu só queria saber sobre a ideologia militarista dos super-heróis dos E.U.A q merda de site