Este ano recebi uma prenda de Natal especial. Nesta data infestada de pais natais trepadores e consumismo atroz, é interessante lembrar a interessante coincidência de um sujeito que faz anos precisamente no Dia de Natal. Chama-se Jesus Cristo. E nesta "monstruosidade de Cristo", Zizek defende uma perspectiva marxista, lacaniana e hegeliana de Jesus. Zizek defende rigorosa e ardentemente o ateísmo como a única maneira de se ser verdadeiramente cristão, defendendo ao mesmo tempo os termos de uma ética materialista.
«Quando as pessoas imaginam toda a espécie de sentidos profundos porque as "assustam as palavras que dizem: Ele fez-se Homem", aquilo que na realidade receiam é perderem o Deus transcendente que garante o sentido do universo, Deus como o senhor oculto que move os cordelinhos - em seu lugar encontramos um deus que abandona a sua posição transcendente e se precipita na sua própria criação, comprometendo-se com ela até à morte, o que faz com que nós, seres humanos, fiquemos sem qualquer Poder superior que olhe por nós, sem outra coisa que não seja o terrível fardo da liberdade e da responsabilidade pelo destino da criação divina e, portanto, do próprio deus. Não continuarão hoje a recear demasiado assumir todas as consequênciaqs dessas palavras? Não preferirão aqueles que se dizem "cristãos" guardar a imagem confortável de um Deus sentado lá em cima, que observa benevolentemente as nossas vidas, nos envia o seu filho como símbolo do seu amor, ou, ainda mais confortavelmente, com a simples imagem de uma força Superior impessoal?"
«Quando as pessoas imaginam toda a espécie de sentidos profundos porque as "assustam as palavras que dizem: Ele fez-se Homem", aquilo que na realidade receiam é perderem o Deus transcendente que garante o sentido do universo, Deus como o senhor oculto que move os cordelinhos - em seu lugar encontramos um deus que abandona a sua posição transcendente e se precipita na sua própria criação, comprometendo-se com ela até à morte, o que faz com que nós, seres humanos, fiquemos sem qualquer Poder superior que olhe por nós, sem outra coisa que não seja o terrível fardo da liberdade e da responsabilidade pelo destino da criação divina e, portanto, do próprio deus. Não continuarão hoje a recear demasiado assumir todas as consequênciaqs dessas palavras? Não preferirão aqueles que se dizem "cristãos" guardar a imagem confortável de um Deus sentado lá em cima, que observa benevolentemente as nossas vidas, nos envia o seu filho como símbolo do seu amor, ou, ainda mais confortavelmente, com a simples imagem de uma força Superior impessoal?"
Slavoj Zizek
4 comentários:
Eis um livro que já está na minha lista de compras há dias e ainda não o comprei.
Glad I stumbled upon your beautiful blog and enjoyed reading this post on the birth of jesus and monstrousity. I would like to return to your blog again. Also I would like to include a link from my blog to here?
Best wishes
Thanks for your comment. In fact, it's the first comment I've received in a foreign language! Thank you
E Zizek fez-se Deus ou burro? ;-)
«”Albertus repente ex asino factus philosophus et ex philosopho asinus”[Alberto, de repente, de burro foi feito filósofo e de filósofo burro]»
- Em “O Conceito de Angústia”, Sören Kierkegaard aplica esta citação de G. O. Marbach a um Alberto Magno que se vangloriava das suas especulações sobre a divindade.
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