O Hegel dizia que a história se movia por um processo dialéctico em que primeiro havia a tese, depois em resposta a antítese, e esta oposição seria resolvida por uma síntese dos dois anteriores. Esta síntese tornar-se-ia a tese seguinte à qual se seguiria uma antítese, e etc.. até ao infinito.
Também na história da música é perfeitamente viável vê-la de um ponto vista dialéctico hegeliano.
Aparentemente o punk do pessoal porco, de cabedal e crista na cabeça, surgiu como algo que não seria assimilável pelo antigo rock'and'roll das bandas vestidas de fatinho branco e gravata (atenção que me refiro a rock'n'roll e não rock no seu sentido mais vasto).
Perante a tese do rock'n'roll o punk seria uma oposição, uma antítese.
Se se pode falar numa síntese entre o rock'n'roll e o punk, temos que falar dos The Cramps. Com os seus acordes e sonaridades blues e rockabilly levados à distorção e a uma rudeza mais própria do Punk, usando de um imaginário Halloween que se revela totalmente adequado em termos filosóficos digamos assim, os Cramps são essa síntese perfeita entre punk e rock'n'roll.
Vejam aqui os rapazes em acção em com a música Goo Goo Muck:
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
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2 comentários:
Vim aqui parar por acaso, de saltinho em saltinho e... fiquei fã!
Primeiro porque os Cramps acompanham-me desde a adolescência, depois porque o seu/teu blogue é... diferente! Confesso que nunca tinha visto um mix tão fantástico de pop, literaura e filsofia.
Virei mais vezes!
Agradeço a tua presença! Continua a aparecer que eu hei-de continuar, mais ou menos regularmente, a fazer deste espaço uma misturadeira de culturas, artes, modernices e antiguidades, filosofias e psicanálises, entre outras inutilidades!
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