noites descarnadas,
nuas.
as tuas mãos vencidas
e a minha testa cansada
conspiram.
separados,
congeminamos ausências.
fazemos tabula rasa dos sonhos
e penhoramos um pouco da nossa alma
tranquilamente.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
sábado, 28 de novembro de 2009
O que faço aqui?
Não sei se o mundo mentiu
Eu menti.
Não sei se o mundo conspirou contra o amor
Eu conspirei contra o amor.
O ambiente de tortura não é confortável
Eu torturei.
Mesmo sem o cogumelo atómico, ainda assim, teria odiado.
Escutem — teria feito as mesmas coisas, mesmo que a morte não existisse.
Não me deterei como um bêbedo sobre a fria corrente dos factos..
Recuso o alibi universal.
Como uma cabine telefónica vazia na noite da memória,
como os espelhos de uma sala de cinema,
como uma só saída,
como uma ninfomaníaca que junta mil numa estranha fraternidade:
espero que cada um de vós confesse.
Leonard Cohen
Eu menti.
Não sei se o mundo conspirou contra o amor
Eu conspirei contra o amor.
O ambiente de tortura não é confortável
Eu torturei.
Mesmo sem o cogumelo atómico, ainda assim, teria odiado.
Escutem — teria feito as mesmas coisas, mesmo que a morte não existisse.
Não me deterei como um bêbedo sobre a fria corrente dos factos..
Recuso o alibi universal.
Como uma cabine telefónica vazia na noite da memória,
como os espelhos de uma sala de cinema,
como uma só saída,
como uma ninfomaníaca que junta mil numa estranha fraternidade:
espero que cada um de vós confesse.
Leonard Cohen
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
A economia do esquecimento segundo Roberto Juarroz
Poderia talvez esquecer algo que escrevi
e voltar a escrevê-lo da mesma maneira.
Poderia talvez esquecer a vida que vivi
e voltar a vivê-la da mesma maneira.
Poderia esquecer a morte que morrerei amanhã
e voltar a morrê-la da mesma maneira.
Mas há sempre um grão de pó de luz
que rompe a engrenagem das repetições:
poderia esquecer algo que amei
Mas não voltar a ama-lo da mesma maneira.
Roberto Juarroz
e voltar a escrevê-lo da mesma maneira.
Poderia talvez esquecer a vida que vivi
e voltar a vivê-la da mesma maneira.
Poderia esquecer a morte que morrerei amanhã
e voltar a morrê-la da mesma maneira.
Mas há sempre um grão de pó de luz
que rompe a engrenagem das repetições:
poderia esquecer algo que amei
Mas não voltar a ama-lo da mesma maneira.
Roberto Juarroz
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
estado de espírito / estado de sítio
Minha vida está num regime de rotação de culturas. Ninguém escapa impune ao crime do amor. Minhas pulsões e vontades viajam pelos vales, serras planaltos e baldios da minha alma. Abriu-se uma barragem no meu coração e sangro de peito aberto sobre toda a geografia do meu ser. Mudo de trabalho, mudo de amores e humores, mudo de casa, mudo de poesia, mudo tudo. Este é o meu retiro solitário para o mundo. Esta é a minha música:
Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidao
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mao
Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem nao conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem nao conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Esta insatisfacao
Nao consigo compreender
Sempre esta sensacao
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar
Vou continuar a procurar
A minha forma
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde nao estou
Estou bem aonde eu nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde nao estou
Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidao
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mao
Vou continuar a procurar
A quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só:
Quero quem quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem nao conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem nao conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Esta insatisfacao
Nao consigo compreender
Sempre esta sensacao
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar
Vou continuar a procurar
A minha forma
O meu lugar
Porque até aqui eu só:
Estou bem aonde eu nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde nao estou
Estou bem aonde eu nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde eu nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde nao estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu nao vou
Porque eu só estou bem
Aonde nao estou
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